Estrada da Ave Sangria é percorrida em filme que documenta com precisão o voo da banda no Recife dos anos 1970

  • 14/06/2025
(Foto: Reprodução)
História do grupo pernambucano de rock psicodélico é atração de festival de documentários musicais em cartaz em São Paulo até 22 de junho. Ilustrações e animações do DJ Dolores imprimem charme à narrativa do documentário ‘Ave Sangria – A banda que não acabou’ Reprodução / Vídeo ♫ OPINIÃO SOBRE DOCUMENTÁRIO MUSICAL Título: Ave Sangria – A banda que não acabou Direção: João Cintra e Mônica Lapa Cotação: ★ ★ ★ 1/2 ♬ Atração da 17ª edição do 17ª edição do In-Edit Brasil, festival de documentário musical em cartaz em São Paulo (SP) até 22 de junho, Ave Sangria – A banda que não acabou tangencia a forma de road movie de caráter documental. Conduzidos por Roger de Renor numa Rural Willys que cruza as estradas de Pernambuco, os dois únicos integrantes vivos da formação original da Ave Sangria, o baixista Almir de Oliveira e o vocalista Marco Polo Guimarães, relembram os caminhos percorridos por essa banda que abriu alas no rock psicodélico do Recife (PE) a partir de novembro de 1972. Pelo forte teor narrativo das histórias que movem o roteiro, o filme João Cintra e Mônica Lapa por vezes tem ritmo lento. É preciso que o espectador ajuste a própria velocidade ao tempo do documentário para fruir o conteúdo. As animações e ilustrações do DJ Dolores contribuem para imprimir certo charme a uma narrativa centradas nos depoimentos de Almir e Marco e nas falas de onze entrevistados que se relacionam com a história da Ave Sangria. A banda foi formada em 1972 com o nome de Tamarineira Village – nome de hospício do Recife (PE), cidade natal do grupo – em cenário de inquietação política e efervescência cultural em Pernambuco. A banda surgiu precisamente a partir da I Feira Experimental de Música de Nova Jerusalém, realizada em 11 de novembro de 1972 com o status de ter sido o Woodstock da nação nordestina. Em 1974, a banda – já rebatizada Ave Sangria desde janeiro daquele ano – alçou voo em álbum libertário que jogou rock, baião, blues e maracatu em caldeirão de sabor psicodélico, ainda que o samba Seu Waldir (Marco Polo) tenha sido a única música a alcançar projeção fora do universo psicodélico de Pernambuco, no qual a banda se destacou pelo apuro do som, reproduzido no disco sem a pegada dos cultuados shows. “A gente era meio obcecado mesmo. Ensaiava de manhã até de noite, todo dia”, lembra Marco Polo, vocalista e poeta, autor das letras das músicas do grupo. Feito a bordo do álbum intitulado Ave Sangria, o primeiro voo da banda – originalmente um sexteto formado por Marco Polo (voz), Ivson Wanderley (1953 – 2015), o Ivinho (guitarra), Paulo Rafael (1955 – 2021), (guitarra, sintetizador, violão e vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria, falecido em 1995) e Agrício Noya (percussão, falecido em 2015) – foi curto, mas influente, a ponto de ter reverberado 20 anos depois, em 1994, quando Chico Science (1966 – 1997) emergiu das lamas do Mangue do Recife (PE) com a Nação Zumbi e um som que fundia guitarras e tambores com antenado mix psicodélico de maracatu, rock e música eletrônica. Reagrupada em 2014 para celebrar os então 40 anos do álbum Ave Sangria, a banda acabou seguindo na estrada e, em 2019, lançou o segundo álbum de estúdio, Vendavais, também abordado no filme, que termina com a revelação de que Seu Waldir sempre esteve mais perto da banda do que os músicos supunham... Entremeado com a exposição de fotos antigas e a exibição de números de shows recentes da banda na fase de retomada, o roteiro expõe uma ou outra fala surpreendente, como a que Marco Polo ressalta que três dos quatro integrantes originais e já falecidos da Ave Sangria – o guitarrista Ivinho, o percussionista Agrício Noya e o baterista Israel Semente – entraram em “processo de autodestruição através de drogas e álcool” quando deixaram de tocar com Alceu Valença e, na sequência, não conseguiram dar continuidade às respectivas carreiras. “Faltou Ave Sangria nesse processo”, avalia o baixista Almir, com a cumplicidade de Marco Polo. O documentário Ave Sangria – A banda que não acabou exalta o legado do grupo com precisão, sem minimizar a importância da banda, mas tampouco sem exagerar nos confetes. Para quem se interessa pela banda e pelo movimento musical do Recife (PE) nos anos 1970, vale a pena acompanhar a viagem conduzida por Roger de Renor pela estrada da Ave Sangria. Marco Polo (à esquerda) e Almir de Oliveira relembram histórias da Ave Sangria no filme enquanto são conduzidos por Roger de Renor pelas estradas de Pernambuco Reprodução / Vídeo

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/06/14/estrada-da-ave-sangria-e-percorrida-em-filme-que-documenta-com-precisao-o-voo-da-banda-no-recife-dos-anos-1970.ghtml


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